Por que saber adequação linguística é essencial no Enem

Postado em 12 de dez de 2021
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Por acaso, você já notou que a linguagem que você usa para conversar com seus amigos por mensagem é diferente da linguagem que você usa ao enviar um e-mail para um professor?

Isso se chama adequação linguística, e ela é essencial para quem vai fazer o Enem!

Por isso, neste artigo, nós vamos conversar sobre o que é a adequação linguística e como ela aparece no Exame Nacional do Ensino Médio.

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O que é adequação linguística?

A adequação linguística é uma manobra que utilizamos enquanto falantes de língua portuguesa para adequar a nossa linguagem ao contexto em que nos encontramos.

Por exemplo, quando conversa com seus amigos você utiliza gírias e até pode utilizar alguns palavrões.

Mas e quando conversa com seus professores, você utiliza os mesmos termos? Apostamos que não!

Isso porque o contexto de conversar com figuras de autoridade pede por uma linguagem mais formal, então você acaba adequando seu vocabulário à situação.

O mesmo acontece ao contrário.

Quando você está em uma situação menos formal, sua linguagem se adapta para se tornar mais coloquial.

Portanto, a adequação linguística consiste nesta capacidade que temos de trocar entre uma variação de linguagem e outra dependendo da situação.

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Linguagem coloquial X Linguagem culta

As linguagens coloquial e culta são duas variações linguísticas existentes em língua portuguesa.

Elas também podem ser chamadas de linguagem informal e formal, isso porque o uso de cada uma delas depende de alguns fatores, como contexto e interlocutor.

A linguagem culta está pautada na utilização correta das normas de gramática e de pronúncia.

Está intimamente ligada à norma culta, e é esperado que ela seja utilizada em situações formais.

Já a linguagem coloquial é mais informal e cotidiana, sem grandes preocupações com a norma culta, mas apenas com a comunicação eficaz.

Ela é mais espontânea e pode conter regionalismos.

Durante muito tempo, a existência da linguagem coloquial foi considerada um erro.

Isso porque era esperado que houvesse uma uniformização da linguagem de acordo com a norma culta.

Então, qualquer desvio era visto como um erro gramatical e ortográfico.

Hoje, porém, os linguistas entendem que a língua é viva e está em constante transformação.

Então, não há mais espaço para falarmos sobre certo e errado, mas adequado e inadequado.

Ou seja, em locais onde é esperado que a norma culta seja seguida, como a redação do Enem, é mais adequado utilizar a linguagem formal.

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Os 5 fatores da adequação linguística

Dissemos acima que a adequação linguística depende de alguns fatores. Então, nesta seção, vamos conversar sobre quais são esses fatores.

No momento em que precisamos escolher qual linguagem utilizar, muito rapidamente nós observamos cinco aspectos do contexto: interlocutor, ambiente, assunto, relação e intenção.

A partir dessa observação, entendemos se podemos ser mais formais ou informais.

Confira abaixo a definição de cada um desses fatores:

1. Interlocutor

Todo diálogo precisa de uma ou mais pessoas para acontecer, e essas pessoas são chamadas no contexto da comunicação de interlocutores.

Existe o emissor (que é quem envia a mensagem) e existe o receptor (quem a recebe).

Este é um fator importante para a adequação linguística porque é a partir do entendimento de quem é o receptor que você, o emissor, precisa escolher como se comunicar.

Se você está escrevendo um e-mail para um professor, como no exemplo que já demos aqui, precisa utilizar a linguagem culta, pois ele é uma figura de autoridade no contexto.

Mas se o seu receptor for um colega, a linguagem coloquial transmite a mensagem de maneira muito mais eficaz.

2. Ambiente

O ambiente também é um fator importante porque dependendo de onde você estiver, pode soar completamente inadequado.

Por exemplo, a linguagem formal funciona melhor no ambiente corporativo, enquanto a informal é mais adequada a uma festa de aniversário.

3. Assunto

O assunto também pode interferir na adequação linguística.

Imagine que você precisa dar a notícia da morte de um amigo para um parente dele. Nesse caso, a linguagem formal é muito mais adequada.

Agora, se você estiver comunicando para um amigo que você vai ter um bebê, a linguagem pode ser informal, pois o assunto é mais espontâneo.

4. Relação falante-ouvinte

Também é preciso levar em conta a relação que você, enquanto emissor, tem com o seu receptor.

Novamente, vamos dar o exemplo do professor e de um amigo.

É provável que você tenha muito mais intimidade com um amigo, então o diálogo entre vocês será bem mais informal do que com um professor.

5. Intencionalidade

Por fim, a intenção da mensagem também é um fator que interfere na adequação linguística.

E isso acontece porque a linguagem precisa ser compatível com o efeito que você espera ter no receptor.

Se estiver contando uma piada para um amigo, você não precisa ser formal porque a intenção é de descontração.

Agora, se você precisar comunicar a demissão de um funcionário da sua empresa, a situação mais delicada exige mais cuidado com a linguagem.

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A adequação linguística e a redação do Enem

No Enem, a redação precisa ser um texto em modelo dissertativo-argumentativo.

E isso significa que uma das principais características dela é ter uma linguagem formal.

Ou seja, o texto deve seguir a norma culta.

Além disso, uma das competências utilizadas para correção da redação avalia justamente o nível de dominância que o candidato tem da norma culta.

Por sua vez, isso significa que a adequação linguística é fundamental para você tire uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio.

Mariana Bortoletti

Por Mariana Bortoletti

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Mercadóloga, jornalista e especialista em escrita criativa.