Aprender a usar a norma culta é de, fato, fundamental para diversas situações, mas compreender o uso da linguagem coloquial é igualmente importante.
Afinal, ela está ligada a eventos de fala do nosso cotidiano e, portanto, é bastante praticada.
Se você tem o costume de corrigir pessoas próximas que fazem uso de gírias e termos que pareçam errados, por exemplo, saiba que não há nenhum mal se essa linguagem popular for usada em momentos apropriados.
Viu só por que é tão importante ficar por dentro do que é e de como usar a linguagem coloquial?
Neste artigo, você descobre tudo sobre o tema.
É só descer a barra de rolagem e continuar a leitura!
O que é linguagem coloquial?
A linguagem coloquial, ou informal, é a variante linguística que usamos com mais frequência no nosso dia a dia.
Ela é mais despojada e não se prende tanto à gramática.
Qual o significado de linguagem coloquial?
A palavra coloquial não é muito usada em nosso cotidiano, a não ser quando queremos nos referir à linguagem informal.
Por isso, não é todo mundo que entende o significado do termo.
Ele vem de colóquio, que quer dizer conversa entre duas ou mais pessoas.
Coloquial, portanto, tem relação com esse estilo mais popular e informal de se comunicar.
Quais as características da linguagem coloquial?
Só pela apresentação da linguagem coloquial, você já pôde identificar algumas características, não é mesmo?
Como ela é informal, a linguagem se aproxima de uma conversa íntima.
Além disso, por não respeitar integralmente à norma culta da língua portuguesa, ela permite o uso de gírias.
Estrangeirismos, neologismos e abreviações também compõem o estilo.
Para ficar ainda mais fácil de assimilar esse tipo de linguagem, veja a seguir a lista de particularidades:
- É espontânea
- Usada em situações informais
- Não se prende à norma culta da língua portuguesa
- Permite expressões próprias da fala, como “se toca” e “pega leve”
- Aceita as gírias
- Emprega as formas contraídas, como “pra” e “cê”
- Faz uso de palavras para articular ideias, como “aí” e “então”.
Importância da linguagem coloquial
Não é porque a linguagem coloquial está distante da norma culta que ela não é relevante.
Pelo contrário.
O coloquialismo, na verdade, é mais usado do que o estilo formal.
Por ter mais oralidade, a linguagem coloquial facilita a comunicação entre os indivíduos.
Ela torna o diálogo mais próximo e, muitas vezes, até mais compreensível.
Por isso, a linguagem coloquial é muito importante no sentido de transmitir as mensagens de modo que ela sejam entendidas.
Exemplos de frases com linguagem informal
Até aqui, tudo bem?
Conseguiu entender o que é a linguagem coloquial e a importância dela?
Para o assunto ficar ainda mais compreensível, listamos alguns exemplos de frases e a explicação de como elas são construídas.
Acompanhe:
“Você nem se tocou que eu tava te olhando”
A palavra “se tocou” nessa forma se refere à falta de atenção do interlocutor.
Na frase, também está presente o termo “tava”, que é a abreviatura de “estava”.
“Fomos em um passeio na city”
O uso da palavra city, tradução de “cidade” para o inglês, é um exemplo de estrangeirismo.
Esta frase de exemplo é mais usada comumente entre os jovens.
“Cê tá louco ?”
Este é um exemplo clássico de linguagem coloquial.
“Cê” é a abreviação de “você”, enquanto “tá” é a abreviação de “está”.
Perceba que, além de reduzir o tamanho da pronúncia, essa aplicação dá uma certa fluidez e intimidade à conversa.
“Tá rolando uma festa, bora?”
Esta sentença está repleta de exemplos de linguagem coloquial.
A começar pelo “tá”, que é a abreviação de “está”.
Já o verbo “rolar” tem o sentido de “acontecer”.
E “bora” é uma espécie de convite, que serve tanto para ir a algum lugar ou para se retirar de um evento.
Nessa frase, portanto, o emissor comunica ao receptor que uma festa será realizada e o convida para participar.
“Pô, amigo, assim não vira”
O “pô” é uma expressão muito usada no Brasil que exprime espanto ou desagrado.
Além dela, na frase, você pode perceber o “vira”, cujo objetivo é manifestar que algo não dá certo ou não pode ser feito.
“Demorô, vâmo sim!”
Palavras com final “ou”, na linguagem coloquial, costumam ter a pronúncia da vogal “u” suprimida.
No exemplo acima, vemos que “demorou” se torna “demorô”.
O “vâmo” também segue a mesma linha e é um termo usado no lugar de “vamos”.
Linguagem coloquial e culta: qual a diferença?
Na língua portuguesa, existem dois tipos de linguagem: a culta e a coloquial.
A coloquial, como já mencionamos, é a variante linguística popular.
Já a culta, também chamada de formal, é uma linguagem pautada nas regras gramaticais.
Ela é mais séria e se acomoda melhor a situações mais convencionais, como reuniões de trabalho e apresentações acadêmicas.
Veja alguns exemplos de frase com linguagem culta e, ao lado, com linguagem coloquial:
Linguagem culta |
Linguagem coloquial |
Nós estamos estudando para a prova. |
A gente tá estudando pra prova. |
Você aceita ir ao cinema comigo? |
Cê aceita ir no cinema comigo? |
Nós passamos em frente à escola. |
A gente passô na frente da escola. |
Ela pegou o seu vestido emprestado. |
Ela pegô o seu vestido emprestado. |
Vamos fazer um passeio hoje? |
Vâmo dá um rolê hoje? |
Quando usar a linguagem coloquial?
Vendo os exemplos acima, fica clara a diferença entre a linguagem culta e a coloquial, não é mesmo?
A coloquial é desprendida das regras gramaticais e por isso não pode ser usada em qualquer lugar.
Em uma entrevista de emprego, por exemplo, você deve optar pela formal.
Mas, então, quando usar a linguagem coloquial?
Bem, em qualquer outra situação que dispense o uso da norma culta.
Você pode usar a linguagem informal em momentos íntimos e descontraídos, como para falar com amigos e familiares.
Linguagem coloquial na literatura
Ainda que a linguagem coloquial seja apropriada a conversas pessoais, ela também pode ser aplicada na literatura.
Mas não vá fazer isso na sua redação, ok?
Ela serve apenas quando o objetivo é representar a realidade da fala no cotidiano.
Por isso, é muito comum em poemas.
Confira a seguir três bons exemplos:
Exemplo 1: O bicho, de Manuel Bandeira
Neste poema de Manuel Bandeira, o uso da forma coloquial é visto na frase “Quando achava alguma coisa”, referindo-se de forma informal a um objeto achado.
Veja:
“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.”
Exemplo 2 : Último acorde do violino solitário, de Ulisses Tavares
Neste curto poema, Ulisses Tavares, destaca a inferioridade da vida do pernilongo ao descrevê-la como “vidinha”.
Confira:
“Nada sei sobre a vidinha
do pernilongo
que mato indiferente
na parede.
Mas desconfio que era a única
que ele tinha.”
Exemplo 3: Poeminha dodói, de Millôr Fernandes
Neste último poema, vemos claros exemplos de informalidade.
Como quando o autor se refere às pessoas como “os caras”, a abreviação da palavra “estão” e o uso de “qué” e ‘queu”.
Acompanhe:
“Quando os caras tão doente,
Vêm a mim;
Eu olho eles, espeto eles,
Corto eles.
Eles curam ou não curam,
Vivem ou vão pro além.
Qué queu acho?
Eu cobro,
E tudo bem.”
Conclusão
Neste artigo, vimos o que é linguagem coloquial e como usá-la.
Também chamada de informal ou popular, essa linguagem é mais comum no nosso dia a dia.
Ela pode ser usada, portanto, em conversas particulares com amigos e familiares ou com qualquer outra pessoa e grupo que você tenha proximidade.
A linguagem coloquial também é aceita na literatura desde que o gênero textual permita a informalidade.
No caso de redações para exames vestibulares, ENEM e concursos públicos, geralmente, a proposta de texto não aceita a linguagem coloquial.
Afinal, nessas ocasiões, as redações têm o objetivo, entre outras finalidades, de avaliar a aplicação da norma culta por parte do candidato.
Por isso, é preciso usar a linguagem formal.
Essa linguagem também é indicada em situações profissionais ou outras circunstâncias que exigem seriedade.
Bem, agora que você já sabe tudo sobre linguagem coloquial, podemos encerrar este artigo com a recomendação de outros conteúdos para leitura.
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- O que é advérbio? Saiba o conceito, importância e tipos
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- Como Fazer Uma Boa Redação: Passo a Passo Completo!
- Havia ou Haviam: Como e Quando Usar [Guia com Regras]
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